Num clima de pandemia que se estende além do que o tempo nos permite conhecer, uma mulher sente surgir no seu íntimo um ímpeto até então retraído. Quando a incerteza do presente faz indagar se a ciência está ao serviço das pessoas ou das políticas e se as políticas procuram a segurança do povo ou o proveito nas novas oportunidades de subjugação, nasce um grito tão ressonante que se lhe vê a cor e se sente a rugosidade da sua superfície. Este livro consiste precisamente nesse grito que saiu do peito da autora para relembrar aos leitores o direito à liberdade meritoriamente conquistada num cenário em que o enclausuramento se confunde com a esperança. Entre o verso e a prosa poética, nestas páginas refletem-se as dúvidas que se assomam perante uma espiral de desinformação desnorteante e a certeza de que existe algo dentro de cada um que não pode ser restringido ao interior de quatro paredes.